quinta-feira, 27 de agosto de 2009

DOENÇA CONTAGIOSA

Não sou do contra
Apenas não suporto
Falsos sorrisos, desejos de bom dia
Quando no íntimo se quer dizer
“Vá à puta que pariu”
Não sei ser político
Pra parecer simpático
Não vim a esse mundo pra agradar
Ora bolas não se pode ser verdadeiro
Dizer o que se pensa é chato
Então serei chato até o dia de minha morte
Chega de falsidade, de querer agradar a todos
Quem agrada a todos está sempre mentindo e fingindo
Está sempre enganando alguém
Principalmente a ele mesmo
Pois não tem convicção do que pensa
Está sempre dizendo: “penso como você”
“Você está certo”, “sabe que você tem razão”
Na ausência do outro vai te dizer
“Ele está errado”
E depois te pedir
“Não diga que falei isso, pra não me comprometer”
Ora, me enojam os hipócritas
As coisas têm que ser ditas
Não para agradar ou desagradar
Mas para que a verdade seja sempre conhecida
Já joguei fora as tais oportunidades da vida
Mas não perdi a oportunidade de falar o que penso
Sempre falo o que me dá na telha
E sei que vou ouvir o que não desejo
Gosto de pessoas que falam na minha lata
Dos meus atos falhos, acho isso bom
As coisas têm que ser assim mesmo
As pessoas só falam a verdade quando têm raiva
Ser autêntico e verdadeiro passou a ser a exceção
Quando deveria ser a regra
Hoje há quem diga que
Uma mentira repetida e dita por muitos
Torna-se uma verdade inegável
Quem fala a verdade nos dias atuais
Não é “politicamente correto” é inconveniente
É visto e tratado como portadores
Do Câncer ou Lepra já foram tratados
Muitos não se aproximavam
E outros diziam: ele tem “a doença”
A verdade deveria ser um mal contagioso
Nasci com este mal
Estou doente e meu caso é terminal

KIKO AZEVEDO 27 / 08 / 2009

Um comentário:

  1. É agressivo, porém expressa o sentimento de muitos que são verdadeiros e transparentes e são sufocados pelas pressão de uma sociedade hipócrita. Valeu, Chris.

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