Toco cru pegando fogo.
O sorriso da juíza,
E o filho do coronel.
Com a bênção do cardeal,
Mais um pobre vai pro céu.
Pedra, toga e papel.
Brincar, pra menino rico,
É queimar índio ou mendigo,
Matar bicha ou Manoel.
Índio nu pedindo socorro.
Livre o filho do juiz,
Mais um pobre no espeto.
Vai morrer mais um Galdino,
Pobre morre como inseto.
Pedra, paulada e papel.
Pro pára-choque a puta e a corda,
Engorda a conta do bacharel.
Indignação e vergonha do Bóris,
E a justiça foi pro beleléu.
Kiko Azevedo 27 / 08 / 2004
Nenhum comentário:
Postar um comentário