sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

RAIO CONGELANTE

Te ver sob os lençóis
É olhar um Di Cavalcanti ou Picasso
Você fecha a cortina ao entrar no banho
E rasga um Dali em mil pedaços
Olho em teus olhos
Não tenho resposta
Sinto fitar um guarda da rainha
Teu abraço é uma sala com lareira
Mas você me deixa como o Redentor
Me lançando um raio congelante
Estar na cama e não tocar teu corpo
É ter entre nós a muralha da China
 E dormir nu no chão da Sibéria
Teu colo é meu palácio
Hoje não posso ocupá-lo   
Sou dono de um Taj Mahal
Mas tenho que dormir na rua

Kiko Azevedo 07 / 12 / 2009

Um comentário:

  1. Na ausência
    mora uma Monalisa
    vestida de saudades
    num palácio de sonhos
    cercado de desejos.

    Janilson

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