Sei que é impossível compreender.
Me diz; como pode alguém querer,
Ver a luz da lua, menor que a da vela,
Ver aquele aquário como uma cela,
E na prostituta a pureza da donzela.
Sei, meu ser não cabe naquele universo.
E o telefone, é maior que meu pinho.
Um alô distante vale mais que um verso
E tua cachaça é melhor que meu vinho.
Te levo à Bagdá, você vai pra Rocinha.
Eu de Transatlântico, tu de barco à vela.
Vejo mil razões para te satisfazer,
Não sei como pode alguém entender,
O incompreensível ser, mulher.
Kiko Azevedo 20 / 04 / 2004
segunda-feira, 26 de julho de 2010
quinta-feira, 22 de julho de 2010
LÍNGUA MORTA
Meu povo sofre uma crise de identidade,
Mora num tal Green Village
Ou Sunset Boulevard.
Está comendo um danado de hot dog,
Bebendo água em squize.
Ouvindo a parada tecno,
Lanchando no drive tru.
Isso me provoca insônia,
Está acabando comigo.
Da língua mãe ter vergonha,
Querer falar como gringo.
Vejo o meu povo renegar a identidade,
E pra conhecer a cidade,
Diz que faz um city tour.
Faz compras no shopping center,
E está mudando o look.
Fica em stand bay,
E põe as fotos num book.
E pra parecer moderno,
Participa de Workshop,
Diz estar fazendo marketing,
Tem em casa um Home theater,
E no umbigo um piercing.
Pra mostrar que é cult,
Só fala as coisas em off.
Diz que falar isso é in,
E que nossa língua é out.
Que seu visual é fashion,
Que a comida é diet ou ligth.
E que é da high society.
Mesmo estando numa rave,
Só freqüenta a área VIP,
Porque não suporta o rush.
E para tirar o stress,
Ouve música em disk man,
Em um tal de fitness.
Kiko Azevedo 31 / 10 / 2003
Mora num tal Green Village
Ou Sunset Boulevard.
Está comendo um danado de hot dog,
Bebendo água em squize.
Ouvindo a parada tecno,
Lanchando no drive tru.
Isso me provoca insônia,
Está acabando comigo.
Da língua mãe ter vergonha,
Querer falar como gringo.
Vejo o meu povo renegar a identidade,
E pra conhecer a cidade,
Diz que faz um city tour.
Faz compras no shopping center,
E está mudando o look.
Fica em stand bay,
E põe as fotos num book.
E pra parecer moderno,
Participa de Workshop,
Diz estar fazendo marketing,
Tem em casa um Home theater,
E no umbigo um piercing.
Pra mostrar que é cult,
Só fala as coisas em off.
Diz que falar isso é in,
E que nossa língua é out.
Que seu visual é fashion,
Que a comida é diet ou ligth.
E que é da high society.
Mesmo estando numa rave,
Só freqüenta a área VIP,
Porque não suporta o rush.
E para tirar o stress,
Ouve música em disk man,
Em um tal de fitness.
Kiko Azevedo 31 / 10 / 2003
terça-feira, 20 de julho de 2010
POSSEIRO
Quando a encontrei,
Percorri a floresta escura.
Sol raiando no horizonte,
Bebi de tua água pura.
Inundei tua fonte,
Invadi teus vales,
Escalei teus montes.
Não aceito mandado;
Aposso-me e invado,
Sem direito a reintegração.
Cerquei tuas matas,
Rios, montes e cascatas;
Armei minha tenda.
Sussurros, urros na noite se escuta.
Derrapei tuas curvas,
Explorei tua gruta,
Deslizei em tuas dunas,
Plantei a semente foi muita labuta.
Reguei tua terra, já colhi teus frutos.
Senti o teu doce, provei o teu cheiro.
Onde fui posseiro, hoje eu sou posse.
Letra - Kiko Azevedo / Música - Willam Guedes 09 / 2003
Percorri a floresta escura.
Sol raiando no horizonte,
Bebi de tua água pura.
Inundei tua fonte,
Invadi teus vales,
Escalei teus montes.
Não aceito mandado;
Aposso-me e invado,
Sem direito a reintegração.
Cerquei tuas matas,
Rios, montes e cascatas;
Armei minha tenda.
Sussurros, urros na noite se escuta.
Derrapei tuas curvas,
Explorei tua gruta,
Deslizei em tuas dunas,
Plantei a semente foi muita labuta.
Reguei tua terra, já colhi teus frutos.
Senti o teu doce, provei o teu cheiro.
Onde fui posseiro, hoje eu sou posse.
Letra - Kiko Azevedo / Música - Willam Guedes 09 / 2003
domingo, 11 de julho de 2010
O AMARGOR DO AÇÚCAR
Seis pares de olhos livres
Seis criaturinhas
Duas iguais
A mais velha
Talvez seis safras
Dois pares de mãos calejadas
O doce do caldo da cana
Traz o amargor
Do julgo de gerações
Seis pares de olhos radiantes
A margem da estrada
Espectadores do novo
Maravilhados
Com os monstros de ferro
Seis criaturinhas esquálidas
Pra matar a fome
Um pacote de fuba
Um refrigerante barato
Oito pares de pés descalços
Dois pares de olhos tristes
Seis pares de mãos lisinhas
Em breve escravos
Do amargo julgo
Da doce cana de açúcar
Kiko Azevedo 11 / 07 / 2010
Seis criaturinhas
Duas iguais
A mais velha
Talvez seis safras
Dois pares de mãos calejadas
O doce do caldo da cana
Traz o amargor
Do julgo de gerações
Seis pares de olhos radiantes
A margem da estrada
Espectadores do novo
Maravilhados
Com os monstros de ferro
Seis criaturinhas esquálidas
Pra matar a fome
Um pacote de fuba
Um refrigerante barato
Oito pares de pés descalços
Dois pares de olhos tristes
Seis pares de mãos lisinhas
Em breve escravos
Do amargo julgo
Da doce cana de açúcar
Kiko Azevedo 11 / 07 / 2010
domingo, 4 de julho de 2010
GRANDEZAS
A distância que nos separa é grande
Maior é a solidão que me encontro
Que é menor que o desejo de te sentir
Maior ainda é a saudade que sinto
Que é menor que o que nos une
Que é maior que tudo
O nosso amor é igual
E diferente de tudo que há
Nos unimos para multiplicar
E estamos divididos pela distância
Kiko Azevedo 26 / 06 / 2010
Maior é a solidão que me encontro
Que é menor que o desejo de te sentir
Maior ainda é a saudade que sinto
Que é menor que o que nos une
Que é maior que tudo
O nosso amor é igual
E diferente de tudo que há
Nos unimos para multiplicar
E estamos divididos pela distância
Kiko Azevedo 26 / 06 / 2010
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